As federações e sindicatos dos trabalhadores dos Correios vão convocar uma Assembleia Geral Extraordinária na próxima segunda-feira (17) para decidir se farão uma greve nacional. O motivo é a exclusão das cláusulas que compõem o Acordo Coletivo de Trabalho da empresa.
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect), discorda da proposta do presidente dos Correios General Floriano Peixoto. Segundo o membro do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos em Pernambuco, Roberto Alexandre, os carteiros não gostariam de negociar durante a pandemia do coronavírus.
“Nós não queríamos negociar em plena pandemia, mas mesmo assim Floriano Peixoto convocou os trabalhadores para negociar um novo acordo coletivo. Na reunião, simplesmente não houve negociação. Ele quer acabar com quase todos os pontos que lutamos há mais de 20 anos para conquistar”, explica ele.
De acordo com ele, a empresa justifica a decisão de tirar os pontos para realizar um corte de gastos. Segundo o sindicato, 70 das 79 cláusulas foram retiradas, além de alguns direitos como adicional de risco e vale-alimentação.
“Foram revogados direitos como o 30% do adicional de risco, vale-alimentação e auxílio-creche. Tiraram também o anuênio, o adicional noturno, a hora extra, as gratificações e o vale cultura”, conta Roberto.
As reuniões da assembleia nacional serão realizadas no Brasil todo, inclusive em Recife, Caruaru e Petrolina. A previsão é que se a greve foi decidida, ela deve começar às 22h do mesmo dia.
Sindicatos entram em disputas judiciais
No site da Fentect, a nota oficial afirma que há “descaso e negligência da empresa com a vida de trabalhadores e clientes durante a pandemia”. Segundo a publicação, os sindicatos estão entrando em disputas judiciais para itens de segurança, desinfecção de agências e testagem de trabalhadores.