O relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), recuou e incluiu hoje (3) os agentes penitenciários nas mudanças de seu relatório sobre a proposta de emenda constitucional (PC 287/16) encaminhada pelo governo. As alterações foram feitas depois da abertura da reunião de votação do parecer pelos membros da comissão que trata da reforma.
Maia reconheceu que os agentes enfrentam alto grau de risco em sua atividade. E justificou a mudança em seu texto para atender ao apelo de parlamentares de diferentes partidos para que a categoria não fosse prejudicada. Muitos agentes invadiram ontem (2) o Ministério da Justiça, em Brasília, protestando porque estavam, até então, fora da reforma.
De acordo com o novo substitutivo protocolado pelo relator, agentes penitenciários, agentes socioeducativos e policiais legislativos foram incluídos entre os servidores com direito à aposentadoria como limite de idade reduzido. Os guardas municipais continuam fora da aposentadoria especial.
Critérios para aposentadoria
O texto garante aos policiais legislativos da Câmara e do Senado o acesso ao benefício da aposentadoria a partir da idade mínima de 55 anos, desde que exerçam pelo menos 25 anos de atividade. Os critérios para a aposentadoria de agentes penitenciários devem ser definidos mediante lei complementar.
O relator incluiu ainda permissão para que o cálculo do valor da pensão por morte de servidor em atividade seja baseado na aposentadoria por incapacidade permanente ou voluntária.
O projeto permite também que a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios possam, mediante licitação, patrocinar planos de previdência de entidades fechadas de previdência complementar que não tenham sido criadas pelos entes públicos.
A reunião destinada a votar o parecer do relator começou com tumulto e muita discussão entre os parlamentares. A demora para divulgar a versão final do relatório causou a suspensão dos trabalhos por três vezes.
Segundo o deputado Arthur Maia, o atraso na apresentação de seu relatório ocorreu devido a uma reunião com representantes do Judiciário para construir um acordo sobre a questão do acesso ao benefício integral pelos servidores que ingressaram no serviço público antes de 2003.
Salário integral
A proposta inicial do relator era de que a integralidade do salário deveria ser mantida, desde que os servidores trabalhem até os 65 anos de idade, sem transição. Depois dos protestos, Maia propôs como transição o pagamento de um pedágio maior pelos servidores, além do cumprimento da idade de forma gradual. Contudo, Maia disse que não houve acordo e a questão segue em aberto.
O relator fez alguns esclarecimentos sobre determinados pontos do relatório. Depois da leitura do documento, os deputados apresentaram requerimentos de destaques à proposta. Em seguida, o presidente da comissão especial, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), abriu intervalo de uma hora para almoço e para que a mesa organize os destaques.
A votação do teor da proposta e dos destaques deve ocorrer ainda hoje, mas somente depois do intervalo. Marun está otimista e acredita que a votação será encerrada nesta quarta-feira. Para o deputado, o resultado será positivo para a base aliada. “Tenho certeza que vamos vencer. Gostaria de ver aqui consolidados 22 votos, o que representaria três quintos deste colegiado”, finalizou.
Ao vivo: comissão da Reforma da Previdência vota parecer
A Comissão Especial da Reforma da Previdência (PEC 287/16) reúne-se para começar a votar o parecer do relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA). A discussão do texto foi encerrada na madrugada desta quarta-feira.
Acompanhe ao vivo a reunião:
Reunião é suspensa por 1 hora para almoço.
Carlos Marun dá prazo de 5 minutos para apresentação de destaques ao texto.
“Resolvemos fazer pequeníssimas alterações no relatório”, diz Arthur Maia. De acordo com o deputado, as mudanças foram a inclusão de policiais legislativos e agentes penintenciários no regime de aposentadoria especial.
Reunião é retomada. Arthur Maia (PPS/BA) lê relatório.
Mais uma vez, reunião é suspensa.
Após ser suspensa por duas vezes, sessão é retomada.
Reunião é retomada
Será feita a leitura do relatório.
Reunião segue interrompida
Parlamentares vão aguardar a apresentação do relatório e a presença do relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA).
Sessão é suspensa por 10 minutos.
Cada grupo de parlamentares, contrário ou a favor da Reforma, terá 20 minutos de fala, podendo ser formado por 4 deputados.
Plenário cheio
O presidente da Comissão, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), abre a sessão.
Alguns deputados da oposição ressaltaram a importância das manifestações da última sexta-feira (28), quando vários setores entraram em greve em protesto contra as reformas trabalhista e previdenciária.
Para o deputado Paulinho da Força (SD-SP), é provável que o governo ganhe a votação na comissão, mas os 308 votos do plenário ainda não estariam garantidos: “O dólar vai a R$ 10 e a bolsa vai cair 10%. A única coisa que o governo tem para enfrentar a crise é a reforma da Previdência. Se não passar a reforma da Previdência vai ser um caos.”
O parecer de Arthur Maia (PPS-BA) com as principais alterações à proposta original do governo foi apresentado aos membros da comissão no último dia 19. Confira aqui.