O Ministério Público prendeu dois empresários e apreendeu R$ 85 mil durante uma operação que investiga fraude em licitações na Prefeitura de Formosa e na Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago). O prejuízo causado é estimado em R$ 5 milhões. As irregularidades aconteciam na locação de caminhões.
O promotor Douglas Chegury informou que foram criadas empresas de fachada, com a participação de laranjas, que combinavam quem venceria as licitações, apresentando sempre contratos superfaturados.
“Em uma locação, por exemplo, eles cobravam R$ 200 mil. Depois, com o mesmo veículo, o contrato era de R$ 400 mil”, contou o promotor.
As empresas investigadas são a Senda Indústria Comércio Serviços Eireli e a IGM Locação de Veículos e Prestação De Serviços Eireli. Os empresários Itamar Caetano Monteiro e Milton Pereira Lopes foram presos. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos e outras cinco pessoas, que também são investigadas.
O g1 não conseguiu contato com os investigados até a última atualização. A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Formosa, mas não teve retorno.
A Saneago informou que não foi notificada da operação e está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.
As fraudes em licitações começaram em 2019, de acordo com o MP. Com a Prefeitura de Formosa, o prejuízo estimado é de R$ 1 milhão na locação dos caminhões.
Outro contrato investigado é com a Saneago, que pode ter gerado um prejuízo de R$ 4 milhões. “A empresa não tinha experiência em fornecer caminhões-pipa. Então, um dos investigados forjou um documento para provar que tinha experiência e ganhar a licitação”, disse o promotor.
Chegury informou que há indícios de que o serviço não era prestado totalmente. O pagamento era feito baseado nas horas em que os veículos eram utilizados. E o valor variava de acordo com dia da semana ou horário. Em finais de semana ou feriados, por exemplo, o valor pago é maior do que em dias da semana.
“Antes, a Saneago pagava um determinado valor médio de horas de trabalho em final de semana. Com essa nova empresa, esses pagamento feitos nos dias e horários que têm custo extra aumentou muito”, disse.
Será apurado ainda, também, se os veículos realmente eram usados durante todo horário em que costa no contrato. “As pessoas podiam deixar o aparelho que calcula as horas de trabalho ligado e o caminhão ficava parado na sombra, por exemplo”, completou o promotor.
Informações: G1-GO