O pai de dois jovens foi indiciado, na última terça-feira (17), em Valparaíso de Goiás, por abuso sexual cometido em desfavor de dois filhos menores de idade. Os crimes teriam sido descobertos em 2009, mas a investigação não teve andamento porque os exames periciais não confirmaram conjunção carnal em uma das vítimas, a qual também não confirmou os supostos abusos praticados pelo genitor, conforme havia relatado o irmão mais novo, após fuga do lar.
Segundo a delegada Samya Noleto, foi realizada operação para buscar novos elementos sobre a materialidade e autoria em crimes de estupro, envolvendo crianças e adolescentes, paralisados por falta de elementos elucidativos. O crime em questão foi reavaliado e o irmão mais velho, hoje com quase 30 anos, foi novamente chamado a depor, confirmando, na nova versão, os abusos sofridos, enquanto enfrentava tratamento de saúde.
Conforme relato, o irmão mais velho tinha entre 16 e 17 anos na época em que os abusos vieram à tona. Ele sofria de leucemia e era constantemente abusado e agredido pelo genitor, o qual o ameaçava de morte caso tornasse públicas as agressões. O menino mais novo, que tinha 13 anos de idade, era obrigado a masturbar o pai e fazer sexo oral, enquanto o homem assistia filmes pornográficos. O caçula fugiu de casa quando o pai tentou praticar conjunção carnal e relatou o caso ao Conselho Tutelar.
De acordo com as investigações, os abusos eram praticados quando a mãe dos menores saía para trabalhar como faxineira. Uma testemunha alegou, agora, que, no dia do exame do mais velho, que era submetido a sexo anal com o pai, o rapaz foi orientado pelo investigado a alegar que havia tido relações com outro parceiro. A testemunha teria transportado pai e filho para o IML no dia da perícia, quando ouviu o pai direcionando os relatos do adolescente.
Como o irmão mais velho não confirmou os abusos na época, os relatos do caçula ficaram infundados. Naquela ocasião, os demais membros da família alegaram que o menino mais novo era “problemático” e estaria contando inverdades a respeito da conduta do pai. Agora, novamente chamado, o primogênito não apenas confirmou as alegações do caçula, como contou detalhes do sofrimento a que era submetido. A mãe, também chamada para nova oitiva, disse que se separou do homem em 2011, após ser espancada pelo marido.
A mãe ainda contou que, por algumas vezes, já viu seus filhos com manchas ou sinais de agressão física, mas que ao conversar o agressor este sempre negava as agressões físicas. Segundo ela, só teve ciência da gravidade dos delitos quando sua filha lhe contou que o pai “judiava” bastante dos meninos deixando o mais jovem sem alimentação durante o dia, além de deixá-lo preso na casinha do cachorro.
A investigação foi concluída, com o indiciamento do genitor dos jovens, pela prática delitiva referente ao dois crimes de estupro de vulnerável. Nessa nova fase da investigação, o caçula, que relatou o caso no passado, não chegou a ser ouvido por estar foragido da cidade, também por prática de estupro, o mesmo delito pelo qual seu pai responderá.
Informações: PCGO