O Ministério Público de Goiás (MPGO) ofereceu denúncia contra três grupos criminosos que agiam em Minaçu no tráfico de drogas. De acordo com o relato feito pelos promotores de Justiça Danilo de Souza Resende e Renato Teatini de Carvalho, os três grupos eram compostos por 26 pessoas.
As denúncias são resultado da Operação Atafego, desencadeada no município no início de junho de 2021. Segundo os promotores de Justiça, cada um dos grupos tinha atuação, esquemas e organização própria, mas em várias situações um colaborava com outro, em auxílio mútuo, para evitar o desabastecimento de drogas no município.
A denúncia destaca que os integrantes dos grupos, aderindo à conduta delitiva do outro, com consciência e vontade, associaram-se, de forma estável e permanente, para o fim de praticar crimes de tráfico ilícito de entorpecentes.
Operação teve participação de policiais de diversas delegacias regionais
A Operação Atafego foi realizada pela Polícia Civil, com a participação de cerca de 80 policiais civis de diversas delegacias regionais. Um mandado de prisão preventiva, busca e sequestro de bens foi cumprido em Anápolis.
Em Minaçu, foram efetuadas 15 prisões, cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e 10 sequestros de veículos, além de ter sido efetivada a apreensão de drogas, 3 armas e aproximadamente 200 munições. Os bens sequestrados somam aproximadamente R$ 1 milhão.
Pai de um dos chefes de grupo era policial militar
Em um dos casos, um dos chefes de um grupo associou-se com o pai, que era policial militar. Este era responsável por receber os valores oriundos da venda das drogas em sua conta bancária, para dissimular e ocultar a origem espúria.
Além disso, ele se valia de sua condição de militar, fornecendo informações sobre as atividades repressivas desenvolvidas pela Polícia Militar na região.
À denúncia, foram juntadas provas obtidas no decorrer da investigação policial realizada pela Operação Atafego.
Segundo os promotores de Justiça, os três grupos atuam de forma bastante parecida, com a negociação de drogas ocorrendo por telefone ou aplicativos de conversa instantânea e entrega aos usuários, através de funcionários de cada líder de grupos.
Além do sistema de entrega de drogas, conhecido por delivery, foram detectados pontos fixos em residências, para onde usuários se deslocavam a qualquer hora do dia, para receber o produto ilícito.
Os integrantes dos três grupos foram denunciados pela prática de diversos crimes, dentre eles tráfico e associação para o tráfico ilícito de entorpecentes, lavagem de capitais e violação de sigilo funcional.
Os promotores de Justiça explicaram ainda que as investigações prosseguem quanto a crimes de lavagem de capitais.
Informações: MP-GO