Presente à premiação dos estudantes que venceram a 12ª edição do Programa Agrinho, realizada nesta sexta-feira (29/11) no Centro de Convenções da PUC, o governador Ronaldo Caiado propôs uma nova disputa para 2020: “Estava pensando, ao ver tanta gente capacitada aqui, e vou lançar um desafio. Vamos juntar os órgãos do Estado e os representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para premiar, no ano que vem, os municípios que tiverem o menor índice de infestação de dengue e que conseguirem erradicar a doença”, anunciou, enquanto falava sobre as projeções de aumento da infestação do mosquito Aedes aegypti durante o verão de 2020.
A ideia partiu, justamente, porque o governador já acompanha há algum tempo os frutos que o projeto Agrinho – criado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) no Paraná, mas com crescimento extraordinário em Goiás – têm gerado. A iniciativa, coordenada no Estado também pela Faeg, é desenvolvida na rede escolar com o objetivo de proporcionar mudanças de hábitos e atitudes de crianças, jovens e adultos em relação ao meio ambiente, à saúde, à educação e à cidadania. Por isso, Caiado pensou em agregar a expertise de mais de dez anos do Agrinho para alavancar a conscientização da sociedade sobre as medidas preventivas capazes de diminuir os números da dengue.
E o gestor e médico ainda falou da importância do projeto não somente como atual governador, mas como ex-aluno do Senar. “Eu já fiz dois cursos no Senar e sei o tanto que é fundamental você criar gerações já com a consciência de como ter uma produtividade com eficiência, preservando o meio ambiente e recuperando nossos mananciais. Não tenho dúvidas de que um dos grandes desafios do século XXI é a produção e gestão da água”, ressaltou Ronaldo Caiado.
Ao expor números do Agrinho, o presidente do Sistema Senar/Faeg, deputado federal José Mário Schreiner, também enfatizou como o projeto tem servido de inspiração e vitrine para outras pessoas. “Já conseguimos transformar a vida e o dia a dia de municípios, por exemplo, que estavam com as nascentes totalmente deterioradas e que, com as crianças desenvolvendo esses trabalhos nas escolas, essas nascentes foram recuperadas. Temos ainda experiências de cidades goianas que aboliram o uso de sacolinhas plásticas e a substituíram pelas de tecido muito antes de São Paulo implantar essa ideia”, destacou.
De acordo com Schreiner, em 12 anos do programa, quase 2 milhões de alunos no Estado de Goiás foram beneficiados. Em 2019, o Agrinho atingiu cerca de 2 mil escolas públicas e privadas, contemplando 20 mil professores e 500 mil estudantes do ensino fundamental ao superior. O tema desta edição – “Cresce o campo e cresce a cidade com saúde e sustentabilidade – rendeu à jovem Ana Beatriz da Silva, de 13 anos, o reconhecimento por uma redação que ela fez sobre sustentabilidade. “Estou mais dedicada aos estudos depois do projeto”, confessou a jovem que estuda na Escola Municipal de Monte Alto e que acordou às 5 horas para encarar quase 400 quilômetros de viagem e ser homenageada em Goiânia.
Para o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, o programa educacional promovido nos 246 municípios goianos proporciona uma maior oportunidade para o desenvolvimento das ações do campo e, acima de tudo, é um projeto que envolve sustentabilidade ambiental. “Um trabalho que está em consonância com as ações de governo, já que a produção rural com sustentabilidade é um eixo determinante nesse momento”, frisou.
Parceira do Sistema Senar/Faeg, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) contribuiu para a ampliação do Agrinho em 2019, com a inclusão dos alunos do ensino médio. “Partimos do pressuposto que os estudantes precisam preservar o meio ambiente, que eles têm de ter uma horta na escola, que precisam cuidar das plantações, das árvores, dos animais, precisam saber valorizar a terra”, sublinhou a titular da pasta, Fátima Gavioli.
Além do governador Ronaldo Caiado e dos secretários da Agricultura e da Educação, prestigiaram a premiação dos alunos os presidentes da Emater, Pedro Leonardo; do Ipasgo, Silvio Fernandes; o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Antônio Almeida; além de prefeitos e representantes do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e da comunidade escolar.