Johanes Emenelau de Carvalho foi condenado a prestar serviços à comunidade por dois anos e pagar prestação pecuniária de dois salários mínimos, além de ter que devolver R$ 154.643 mil para Beatriz Vera Pozzi Redko. Ele se passou por representante das empresas Geral Record Empreendimentos Ltda e Sistema Financeira, que atuam no ramo de consórcios, e desviou os valores da conta da vítima para sua conta particular.
A decisão é da 1ª Câmara Criminal do tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) que, por unanimidade de votos, seguiu voto do relator, desembargador Itaney Francisco Campos, e manteve sentença da comarca de Goiânia.
Segundo consta dos autos, em setembro de 2001, Beatriz Vera viu um anúncio no Jornal Estado de São Paulo da empresa Geral Record Empreendimentos e entrou em contato com a empresa para obter empréstimo. Na ocasião, Johanes atendeu, e se passou por representante da companhia.
Beatriz fez uma procuração e nomeou Johanes como seu procurador, dando a ele poderes para assinar contrato de adesão junto à administradora. A partir de então, Beatriz passou a efetuar depósitos bancários e transferências diretamente para a conta pessoal do acusado. Ela acreditava que capitalizaria sua cota de consórcio e que seria sorteada para receber o valor combinado.
Em 1º de janeiro 2003, Johanes informou a Beatriz que o Banco Central do Brasil havia determinado a liquidação extrajudicial da empresa. Contudo, ele disse à vítima que o valor pago por ela seria transferido para a conta fictícia da empresa Sistemática Financeira, formada por funcionários do Banco do Brasil, só que o empréstimo agora teria de ser de, no mínimo, R$ 300 mil o que elevaria o valor mensal dos repasses para R$ 1,5 mil. Ela aceitou.
Já no final do mês de janeiro, Beatriz desconfiou que pudesse ter caído em um golpe e registrou boletim de ocorrência na cidade de São Paulo, onde ela morava. Porém foi convencida por Johanes a continuar depositando os valores, uma vez que faltavam poucas parcelas para alcançar o valor desejado. Beatriz, entretanto, ajuizou ação na comarca de Goiânia requerendo condenação de Johanes.
Em primeiro grau, a juíza Placidina Pires, da 10ª Vara Criminal da comarca de Capital, condenou Johanes a pagar dois salários mínimos em favor da vítima, além dos R$ 154,6 mil para reparação dos danos causados. Bem como, prestar serviços comunitários por dois anos. Inconformado, johanes interpôs apelação criminal pedindo sua absolvição e a redução da pena-base para o mínimo legal.
Itaney Francisco, no entanto, salientou que a materialidade do crime de estelionato restou devidamente comprovada pelo boletim de ocorrência e pela prorrogação da cópia autenticada do contrato particular de representação comercial. Com isso, para ele, não restariam dúvidas sobre a responsabilização de Johanes pela prática do crime de estelionato. O magistrado, então, negou provimento à apelação e manteve a sentença inalterada. Veja Decisão (Texto: João Messias – Estagiário do Centro de Comunicação Social do TJGO)