O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) tem interesse e articula para que Antônio Rueda, hoje vice, assuma o comando da sigla | Foto: ReproduçãoO partido União Brasil (UB) terá convenção nacional em 29 de fevereiro. Atualmente, a legenda está na mão do deputado federal Antônio Bivar (PE). O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) tem interesse e articula para que Antônio Rueda, hoje vice, assuma o comando da sigla.
Contudo, o desejo do governador Ronaldo Caiado pode não ser tão simples. Isto porque Bivar trabalha para permanecer à frente do União Brasil. Uma fonte ligada ao atual presidente do partido conversou com o Jornal O Hoje e confirmou que a tendência da sigla, com a manutenção do cargo, é permanecer na base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “É seguir como está hoje, ocupando os cargos que estão nos ministérios”, revela.
Esta fonte prefere não cravar, mas diz que, se a conjuntura do País estiver favorável à candidatura de Caiado, o partido o apoiará. “Mas como neste ano a eleição é municipal, não vai ter tantos prejuízos a Caiado. Daqui para 2026, muita coisa pode mudar, mas a princípio não atrapalha os planos.” Ou seja, será a conjuntura e não a liderança da sigla que definirá se o governador goiano vai ou não para o páreo.
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Outro nome da legenda seguiu a mesma linha. Para ele, a perspectiva é que ocorra uma chapa única no dia 29, com a manutenção de Bivar. “Eu acredito que o Bivar deve permanecer como presidente da União Brasil. Hoje, o União Brasil caminha com o Lula. Por quê? Porque tem três Ministérios.”
Apesar disso, esta pessoa cita que dez parlamentares da legenda assinaram o pedido de impeachment do Lula. A demanda por impedimento, vale lembrar, ocorre por declaração polêmica do presidente sobre o conflito de Israel e Hamas, quando ele comparou a situação com o Holocausto.
Assim, para este entrevistado, essa convenção terá pouca influência em 2026. “Hoje o governador Ronaldo Caiado é uma estrela em ascensão, o único presidenciável do União Brasil. Não existe outro nome.” Esta fonte, inclusive, cita que, desde o PSL – que se juntou ao DEM para formar o União Brasil –, o partido criou a tradição de concorrer à presidência. Em 2018, fez o presidente Jair Bolsonaro (hoje no PL), inclusive. Já em 2022, concorreu com a senadora Soraya Thronicke.
“Nós temos uma tradição, agora, de participar das eleições presidenciais. Isso é muito importante para o partido e o Caiado é o principal nome e vai estar construindo o seu nome. Já faz isso com trabalho realizado, a gestão em Goiás. Não esquecendo que ele já foi candidato, lá atrás”, relembra 1989.
Outra linhaAo Painel, da Folha, o ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), afirmou no fim de janeiro que o partido dele tem mais chance de apoiar a reeleição do presidente Lula, em 2026, do que seguir outro caminho. A fala destoa do que diz o governador, que é pré-candidato à presidência – e parcialmente das fontes consultadas pelo O Hoje, que ainda não cravam o cenário futuro.
“Eu respeito a vontade, os anseios individuais de alguns integrantes do nosso partido, mas acredito que a probabilidade de o nosso partido caminhar na reeleição com o presidente Lula é muito maior do que não”, declarou ao veículo de comunicação.
Segundo ele, situações como “a eleição do presidente do Senado do nosso partido [Davi Alcolumbre], a eleição do presidente da Câmara do nosso partido [Elmar Nascimento], com o apoio do governo inclusive, com dois ministérios indicados pelos parlamentares do nosso partido na Câmara” reforçam a tese dele.
O União Brasil indicou os ministros do Turismo, Comunicações e da Integração. Este último faria parte da cota do partido, apesar de indicado por Alcolumbre. Caiado, por sua vez, tem dito que vai trabalhar para o partido ter candidatura própria em 2026 – a dele, no caso.
Além disso, já declarou que gostaria de ter o apoio de Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível. Para ele, a legenda não deve caminhar com Lula em 2026. O governador, inclusive, confirmou presença no ato de domingo (25), na Avenida Paulista, em São Paulo. O evento foi convocado pelo ex-presidente para que ele possa se defender da investigação da Polícia Federal (PF) sobre um suposto golpe de Estado.