Irmãos são presos suspeitos de desvio em verba do orçamento secreto

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta (14) uma operação para desarticular um grupo suspeito de inserir dados falsos em sistemas do Ministério da Saúde para receber repasses do governo Jair Bolsonaro (PL) por meio de emendas de relator.

As emendas de relator, identificadas também como RP9, permitem que parlamentares façam o requerimento de verba da União sem detalhes como identificação ou mesmo destinação dos recursos.

Cerca de 60 policiais federais cumprem 16 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária em cinco cidades do Maranhão e duas do Piauí. As suspeitas são de inserção de dados falsos, fraude à licitação, superfaturamento contratual, peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

A Operação Quebra Ossos está sendo realizada em parceria com a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público Federal. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do Maranhão.

Um dos centros da investigação é o município de Igarapé Grande, a 300 km de São Luís, onde foram detectados indícios de desvios de recursos e fraudes em contratos firmados pela cidade, segundo a PF.

Em 2020, o município informou ter realizado mais de 12,7 mil radiografias de dedo no sistema público de saúde a população da cidade é de 11,5 mil habitantes.

Os dados, dizem os investigadores, fizeram com que Igarapé Grande tivesse elevação do teto para o repasse de recursos que financiam ações e serviços de saúde em 2021.

O caso foi revelado em julho em reportagem da revista Piauí, que apontou o município maranhense como a cidade que mais recebeu recursos federais por habitante para a saúde: R$ 590 por morador.

Os responsáveis pela inserção de dados falsos nos sistemas do SUS, alvos de prisão temporária, são suspeitos de práticas ilegais investigadas em vários municípios do estado desde 2018, segundo a PF.

Também estão sendo investigadas empresas que estão entre as que mais receberam recursos públicos da saúde entre 2019 e 2022 no Maranhão. Apenas uma delas, segundo a PF, recebeu R$ 52 milhões.

Informações: Via FolhaPress

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