O Ministério Público de Goiás (MPGO), por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), deflagrou na manhã desta quinta-feira (3/2) a Operação Limpeza Geral, com o objetivo de apurar a existência de uma organização criminosa que visava desviar recursos da administração pública de Jaraguá, entre 2017 e 2020, ao fraudar contratos celebrados com empresas para execução de diversos serviços.
Estão sendo cumpridos 25 mandados de busca e apreensão nos seguintes municípios: Jaraguá (7), Anápolis (9), Goiânia (4), Luziânia (1), Senador Canedo (1) e Valparaíso (1), bem como no estado de São Paulo (1) e no Distrito Federal (1). Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores. A operação tem o apoio da Polícia Militar de Goiás. O grupo criminoso seria formado por agentes públicos (que foram servidores públicos em Jaraguá durante 2017 e 2020) e particulares.
O município de Jaraguá pagou cerca de R$ 10 milhões, em valores não atualizados, por contratos celebrados com as pessoas jurídicas ligadas aos núcleos empresariais investigados.
Parte dos contratos suspeitos gira em torno de serviços de limpeza urbana. De acordo com as investigações, apesar de o município ter contratado e pago as empresas investigadas, serviços foram executados por trabalhadores contratados pelo próprio município, por meio de agentes públicos ligados ao esquema ilícito.
Além de desvios de dinheiro público, a inexecução correta dos contratos gerou inúmeras paralisações dos serviços, sobretudo de coleta de lixo das ruas, ocasionando grandes transtornos à população local.
Ainda, muitos trabalhadores contratados pelos investigados não receberam seus salários e outras verbas trabalhistas em dia, ocasionando prejuízo ao município de Jaraguá devido a dezenas de ações trabalhistas ajuizadas e de acordos custeados pelo ente público.
Para cumprimento das ordens judiciais em Goiás, participam da operação 24 promotores de Justiça, 81 servidores e 76 policiais militares. Em São Paulo e no Distrito Federal, a execução dos mandados contou com a cooperação dos Ministérios Públicos daquelas unidades federativas.
Informações: MPGO