Polícia indicia ex-primeira-dama e mais três pessoas por omissão diante de estupros contra crianças em abrigo de Quirinópolis

Uma ex-primeira-dama e mais nove pessoas foram indiciadas nesta segunda-feira (22) pelos crimes de maus-tratos e omissão diante de estupros contra crianças em um abrigo de Quirinópolis, na região sudoeste de Goiás. Segundo a polícia, duas meninas, de 2 e 5 anos, foram estupradas, além de quatro meninos menores de 14 anos. Entre os indiciados, está a ex-presidente do Conselho da Criança e Adolescente, a coordenadora do abrigo, e sete cuidadoras do local. A Polícia Civil não divulgou o nome dos indiciados. Apesar disso, a reportagem tenta, na tarde desta segunda-feira, localizar a defesa dos envolvidos para que se posicionem.

O abrigo é uma instituição municipal destinada a atender crianças e adolescentes em situação de violência ou abandono familiar. Ao G1, o atual prefeito de Quirinópolis, Anderson de Paula (PDT), disse que “várias providências já foram tomadas” em relação ao local, e que “a maioria das pessoas” suspeitas de envolvimento nos crimes “já foram substituídas”.

A delegada Camila Vieira Simões informou que a denúncia chegou à Polícia Civil em dezembro de 2020 por meio de um casal que adotou uma criança do abrigo. Eles disseram que a criança relatou experiências sexuais vividas no local. Além disso, a polícia descobriu que duas crianças que fugiram do abrigo também relataram abusos.

“Um casal de adotantes procurou a delegacia de polícia narrando que uma criança, da qual eles detinham a guarda provisória, passou a relatar experiências sexuais vividas no interior da casa. A polícia teve ciência de duas fugas de crianças abrigadas na qual elas relatavam que sofriam violência física e psicológica no interior do abrigo”, disse.

Conforme a delegada, após a denúncia, a polícia descobriu que havia omissão por parte de algumas cuidadoras e responsáveis pelo abrigo, que sabiam da ocorrência dos crimes. À delegada, a coordenadora confirmou que repassou as ocorrências para a ex-primeira-dama do município, e para ex-presidente do Conselho da Criança e do Adolescente.

“A polícia passou a investigar e teve ciência de que as relações sexuais eram pratica comum no interior da casa, e que algumas cuidadoras tinham ciência e de que a coordenadora do abrigo também tinha ciência. A coordenadora confirma que repassou as ocorrências para a ex-primeira-dama do município, e para ex-presidente do conselho da criança e do adolescente”, disse.

Diante disso, a Polícia Civil indiciou a ex-primeira-dama, a ex-presidente do conselho, a coordenadora e uma cuidadora pelo crime de estupro de vulnerável, na forma comissiva por omissão. Por este crime, elas podem cumprir 8 a 15 anos de prisão, caso condenadas.

Todas as pessoas envolvidas também foram indiciadas por crime de maus-tratos, com pena de 2 meses a um ano, e de submissão à humilhação, com pena de 6 meses a dois anos.

Fonte: G1-GO

Sair da versão mobile