Campinorte confirma o 11º caso de coronavírus; a confirmação foi através de teste rápido

A Secretaria Municipal de Saúde de Campinorte, Goiás confirmou na tarde desta quarta-feira (10) o décimo primeiro caso do novo coronavírus na cidade.  A paciente com idade inferior a 60 anos que apresentava sintoma compatível ao coronavírus, e que foi submetida ao teste rápido ao qual testou positivo, uma outra paciente idade inferior a 60 anos que teve contato com uma pessoa com covid-19, recebeu também na tarde de hoje, resultado positivo pela avaliação médica. A equipe epidemiológica do município ressalta que é transmissão comunitária. Com esse novo caso, o município chega a 11 confirmações, sendo 08 curados, com uma paciente que recebeu alta de cura, também na tarde desta quarta.

 

Balanço –  o município monitora nesse momento 21 pessoas que possivelmente tiveram contato com os primeiros pacientes, porém ainda não apresentaram qualquer sintoma da doença. 01 casos suspeitos aguardam os resultados  do exame que pode confirmar ou não a presença do vírus.  Outros 25 casos foram descartados, e nenhum óbito foi registrado na cidade.

Entenda o “Teste Rápido” 

Embora os testes sorológicos não sejam recomendados como única forma de diagnóstico da doença, podemos considerá-los excelente alternativa para a triagem inicial e testagem em massa da população. Os resultados obtidos via teste rápido podem fornecer dados importantes para o entendimento e o rastreamento da infecção pelo novo coronavírus em toda a população brasileira.

Os testes sorológicos detectam a presença de imunoglobulinas das classes M (IgM) e G (IgG), produzidas pelo organismo em resposta à infecção pelo vírus. A IgM é a principal imunoglobulina a ser formada após a infecção, e começa a ser detectada entre os dias 3 e 5 pós-contágio, com pico de detecção após o sétimo dia. Com o decorrer da infecção, os níveis de IgM diminuem e, em contrapartida, os níveis de IgG aumentam rapidamente, com pico de detecção após o 14º dia de contágio.

O teste rápido pode ser realizado com amostras de sangue total, soro ou plasma e seu resultado sai em aproximadamente 15 minutos. A possibilidade de infecção, no entanto, não pode ser descartada por um resultado negativo. Isso porque a produção de anticorpos, no início da doença, pode não ter sido detectada pelo TR, ocasionando o falso negativo. Em casos assim, sugere-se a repetição do teste, para a confirmação, ou não, da ausência da infecção.

Resultados positivos mostram que a pessoa está infectada e pode transmitir o vírus, mesmo na ausência dos sintomas. Não há estudos científicos que comprovem a imunidade duradoura em indivíduos já curados pela doença. Pessoas com resultados IgG positivos, embora curadas de uma primeira infecção, talvez não estejam imunes a uma nova infecção.

Sabendo que estamos diante de um vírus até então desconhecido, passível de mutação e da necessidade do diagnóstico preciso, acredito que a melhor escolha para o atual momento é a união dos esforços em torno dos testes de diagnóstico, utilizando-os em conjunto e nos contextos adequados. Como disse o filósofo iluminista Denis Diderot: “O que não foi examinado imparcialmente não foi bem examinado. O ceticismo é, portanto, o primeiro passo em direção à verdade”.

* Dra. Renata de Cássia Pires é doutora em biologia pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e analista científica da B3B A VIDA.

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