Sete pessoas foram presas nesta quinta-feira (7) durante a Operação Cegueira Deliberada, que investiga crimes de corrupção, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro no Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran). Também foram cumpridos 62 mandados de busca e apreensão, contra pessoas e empresas. Os crimes foram cometidos na gestão anterior, entre 2014 e 2015. A operação é realizada pela Polícia Civil, por meio do Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECCOR) e a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
As investigações apontam fraude em processo licitatório realizado pelo Detran em 2014 para no serviço de vistoria veicular. Diversas ilegalidades foram encontradas no procedimento, entre elas, critério indevido de julgamento de propostas, direcionamento na confecção do edital e ausência de audiência pública, bem como irregularidades relacionadas à habilitação da empresa Sanperes. Conforme apurado, por meio de superfaturamento e reajustes ilegais, foram obtidos, de forma indevida, mais de R$ 100 milhões entre 2015 a fevereiro de 2019.
Entre os alvos de mandado de busca e apreensão está o ex-presidente do Detran João Furtado Neto. Já o proprietário da Sanperes, Daniel Ganda dos Santos, foi preso temporariamente. Até o momento, foram apreendidos 17 veículos e uma motocicleta, obras de arte de artistas renomados, como Antônio Poteiro, relógios de luxo e uma grande quantidade de dinheiro que ainda está sendo contabilizada.
O balanço da operação foi divulgado hoje à tardem durante a inauguração do Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECCOR) da Polícia Civil. Durante a inauguração, também foi lançado o serviço de Disque-Combate à Corrupção, número 181. A inauguração teve a presença do governador Ronaldo Caiado, do secretário de Segurança Pública Rodney Miranda e do delegado-geral da Polícia Civil Odair José Soares.
Criado pela atual gestão, o grupo atua, desde maio de 2019, na repressão às infrações penais que causem prejuízo ao erário e a moralidade administrativa, bem como enriquecimento ilícito. O GECCOR conta com apoio técnico da Superintendência de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da SSP.