MP denuncia ex-presidente da Câmara de Corumbaíba e mais 8 por desvio de dinheiro

O Ministério Público de Goiás denunciou o ex-presidente da Câmara Municipal de Corumbaíba, Urias Olegário da Silva Neto, a ex-chefe de controle interno Mariana Guimarães da Silva, a ex-assessora parlamentar Renata Maria Mendes, além de Divina Cristina Souza, Rosane Coelho, Euler de Almeida, Janaína Diniz, Loyde Dias e Tahís da Silva. Eles responderão, de acordo com sua participação, por desvio de dinheiro público (peculato) e pelo crime de organização criminosa, resultante de um esquema em que o vereador e as servidoras do Legislativo compravam materiais de construção com dinheiro público, beneficiando os outros cinco denunciados e, em alguns casos, a si mesmos.

A promotora de Justiça Gabriela Rezende Silva, responsável pelo caso, adianta que, embora o grupo seja alvo desta denúncia, as investigações continuam, principalmente em relação às aquisições de combustível e de outros produtos nos anos de 2017 e 2018, período em que Urias Olegário presidia a Legislativo municipal.

O caso
Consta da denúncia que Urias Olegário, Mariana e Renata formaram um grupo para cometer crimes contra a administração pública, desviando dinheiro que tinham a posse, em razão do cargo, em proveito próprio e de Divina, Rosane, Eules, Tahís, Janaína e Loyde. O MP aponta que o ex-presidente da Câmara autorizava as despesas e os pagamentos, enquanto as comissionadas Mariana e Rosana eram funcionárias de extrema confiança de Urias, cumprindo suas ordens no esquema. Portanto, eles foram responsáveis pela compra de diversos materiais de construção para doação a particulares, posteriormente pagos com recursos da Câmara. Urias determinava que as funcionárias comprassem os produtos na conta do Legislativo no comércio local, gerando um comprovante de recebimento que era assinado pelo beneficiário ou por quem havia autorizado diretamente a compra (Mariana ou Renata), sendo os materiais entregues na casa do beneficiado. Depois, as notas eram pagas pelo Legislativo, por meio de seu presidente.

Entre os produtos comprados irregularmente estavam cimento, areia e tinta entregues à Loyne; cimento e uma porta para Janaína; cimento para Tahís; tinta para Divina; ducha, veda rosca, fita isolante, assento, parafusos, buchas, boia e cantoneira para o próprio ex-presidente da Câmara. Também foram adquiridos rejunte, argamassa e cerâmica para Rosane; cimento para Euler, sendo ainda, em um dos casos, adquiridos cinco sacos de cimento que não foram entregues, mas cujo valor foi retirado de um débito que Divina, uma das beneficiárias do esquema, tinha com a empresa. A promotora acrescenta que estão sendo investigados o destino de outros materiais de construção comprados no comércio local em nome da Câmara.

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