O Núcleo Processual do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-GO tomou ciência nesta semana da condenação dos ex-reitores da Universidade Estadual de Goiás (UEG) José Izecias e Luiz Antônio Arantes e do ex-defensor-geral do Estado e advogado João Paulo Brzezinski pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro, no âmbito a Operação Boca do Caixa. Deflagrada pelo Ministério Público de Goiás em dezembro de 2012, a operação apurou desvios de recursos públicos da instituição de ensino ocorridos em 2006, às vésperas das eleições daquele ano.
Também foram condenados Carlos Roberto Silva, servidor comissionado da universidade; Paulo Henrique Sahium, tecnólogo em processamento de dados, e Francisco Afonso de Paulo, ex-coordenador de contratos e convênio da UEG. O ex-prefeito de Anápolis Pedro Sahium, irmão de Paulo, foi absolvido. Na decisão, a juíza Bianca Melo Cintra condenou os réus a penas que variam de um e sete anos. “Os denunciados, quando de seus interrogatórios, negaram a prática delitiva. Contudo, há prova suficiente de que os réus, por meio de vantagem adquirida ilicitamente, dissimulavam a origem dos valores oriundos do delito perpetrado em detrimento da administração pública”, afirmou a magistrada.
Segundo apurado pelo MP-GO, o desvio teve relação com contratos celebrados com o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Goiás (Sinepe) para execução do programa de capacitação chamado Licenciatura Plena Parcelada. O objetivo era atender às exigências de formação contidas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Assim, os docentes pagavam uma mensalidade, que era recolhida pelo Sinepe, e estes valores deveriam ser repassados à UEG.
Entretanto, documentos e gravações indicaram que parte dos valores que deveriam ter sido transferidos para a universidade em função deste contrato acabou desviada para uma conta da empresa laranja Instituto Brasileiro de Ensino, Pesquisa, Extensão e Tecnologia (Ibetec), que pertence a Brzezinski. O dinheiro era sacado por pessoas ligadas ao alto escalão da universidade, daí o nome da operação.