Febre amarela exige alerta permanente em Goiás

Embora Goiás não tenha caso de febre amarela registrado em humanos após o ano de 2017, quem vive no Estado ou viaja para alguns de seus municípios precisa estar ciente da exigência de ser vacinado contra a doença. O alerta é da coordenadora de Ações em Imunizações da Rede de Frio da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO), Joice Dorneles.

De dezembro a abril, fatores ambientais, como maior volume de chuva e altas temperaturas, propiciam o aumento do vírus que causa a doença, que se mantém por meio de dois ciclos básicos: o urbano e o silvestre. “Goiás é considerado área com recomendação de vacinação permanente”, destaca a coordenadora.

Diante dessa classificação e do histórico de casos no Estado, a Coordenação Estadual de Zoonoses da SES-GO também realiza um trabalho constante de vigilância em epizootias – ocorrência de um determinado evento em um número de animais ao mesmo tempo e na mesma região, podendo levar ou não a morte. O objetivo é a identificação precoce da circulação viral na população de macacos doentes ou mortos, conhecida como vigilância passiva.

Dispersão do vírus
“Como o ciclo de transmissão silvestre do vírus não é passível de eliminação, a detecção precoce da circulação viral deve ser adotada, a fim de monitorar áreas de risco e aplicar medidas de prevenção e controle”, explica Hélio Pereira da Silva Filho, técnico da Coordenação de Zoonoses da SES-GO. Assim, é possível reduzir as chances de dispersão do vírus e evitar novos casos entre humanos.

A notificação das epizootias, aliada a informações sobre a situação do local da ocorrência e a cobertura vacinal são fundamentais para definir a necessidade de realizar campanha de vacinação preventiva contra a doença em determinada região.

Tais medidas são fundamentais para que não se repita em Goiás o quadro registrado até 2017. Em 2015, por exemplo, foram confirmados seis casos humanos da febre amarela. Todos eles em pessoas não vacinadas e que frequentaram áreas silvestres nos municípios de Alto Paraíso de Goiás, Niquelândia, Luiz Alves, São Miguel do Araguaia, Alexânia e Cumari. Quatro morreram.

Outros três registros, todos com morte, ocorreram no ano de 2016, em São Luís de Montes Belos, Senador Canedo e Goiânia. O último caso de febre amarela humana no Estado foi registrado em 2017, no município de Amorinópolis. A vítima também não tinha registro de vacina.

Vacinação
Quem ainda não se imunizou – ou não sabe se recebeu a vacina – pode procurar o posto de saúde mais próximo de casa em seu município. Para garantir o atendimento, a equipe da SES-GO que coordena o Programa Nacional de Imunizações em Goiás recebe do Ministério da Saúde (MS) e distribui uma média de 50 mil doses mensais da vacina em todos as cidades, por meio das Regionais de Saúde.

A vacina contra a febre amarela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, mas o MS pode adquirir as doses de outros fabricantes, caso a demanda seja grande e a produção da Fiocruz, insuficiente.

Fique atento
O que você precisa saber sobre a vacina contra a febre amarela
– Todas as pessoas de nove meses a 59 anos de idade devem receber dose única da vacina válida por toda vida;
– A vacina é contraindicada para crianças menores de seis meses de idade, imunodeprimido grave (pessoas com deficiência no sistema imunológico) e portador de doença autoimune;
– A vacina não é indicada para gestantes e mulheres que estejam amamentando até seis meses após o parto e para pessoas com 60 anos ou mais. Em situação de risco de se contrair a doença, deve-se avaliar o benefício/risco da vacina.
– Em pessoas com alergia ao ovo, a vacinação deve ser feita em ambiente hospitalar após avaliação médica.

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