Pela primeira vez, Goiás terá um policial federal gay em disputa pelo Governo Estadual
Daqui a 7 meses os goianos voltam às urnas para escolher o próximo governador em um estado que tem enfrentado altos índices de criminalidade e severas crises na gestão penitenciária, cuja gestão está nas mãos do PSDB, e aliados, há vinte anos.
Jamais houve uma eleição em meio a tamanha crise econômica e com eleitores tão intolerantes à política tradicional, cujas práticas estão sendo escancaradas pela operação Lava Jato. Para tentar reverter essa descrença geral, o Partido Socialismo e Liberdade (PSol) lança pré-candidato ao governo do estado. Trata-se do policial rodoviário federal e professor Fabrício Rosa.
Ele tem 38 anos, sendo policial há mais de 18 anos. É oficial da reserva da Polícia Militar de Goiás, e trabalha, atualmente, na PRF, onde atua especialmente no enfrentamento a crimes como a violência sexual contra crianças e adolescentes, o trabalho escravo, o tráfico de pessoas e o trabalho infantil. Ele é bacharel em Segurança Pública e em Direito, pós-graduado em Direito Público e mestre em Direitos Humanos pela UFG, tendo larga experiência no combate à corrupção, por já ter sido Corregedor de sua polícia e Presidente da Comissão Nacional de Ética.
Membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ele é um crítico das atuais formas de se fazer segurança que, em sua visão, são populistas, pois “jogam para a plateia” em busca de resultados eleitorais e não resolvem o problema de fato, que tem fundo social.
Ele também desenvolve projetos sociais em comunidades de baixa renda, junto a adolescentes em conflito com a lei, vítimas de violências e famílias em áreas de risco, sendo idealizador de um projeto denominado “Policiais Contra o Câncer Infantil”, que nasceu em Goiânia e hoje é desenvolvido em 35 cidades do país.
O jovem postulante ao governo do estado é casado com um pequeno empresário há dez anos, sendo o primeiro candidato ao governo de Goiás assumidamente gay. Ele atua em diversos movimentos sociais, que combatem visões belicistas e simplificadoras na segurança pública, como a Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBT – RENOSP, o grupo “Policiais Antifascismo”, a Law Enforcement Against Prohibition – LEAP, além de atuar em coletivos que lidam com questões sociais como migração, reforma agrária, população em situação de rua, pacificação social, dentre outros.
Ele acredita no socialismo democrático, na ética, no respeito aos direitos humanos, na laicidade estatal, na igualdade entre os gêneros, no fim da “guerra às drogas” e na busca da transparência como ferramentas para promoção de igualdade e dignidade para os goianos. Defende a saúde e a educação públicas, gratuitas, de qualidade e desmilitarizadas e luta contra a redução do tamanho do Estado, que, em sua visão, é um projeto que deixa os excluídos de sempre fora do bolo da riqueza produzida por todos.
A chamada “nova esquerda” tem o desafio de alçar voos mais altos em Goiás, já que o partido ainda não possui nenhum mandato por aqui.