A pedido do Ministério Público de Goiás, a juíza Luciana Kredens determinou a prisão preventiva de Cleyton Ferreira Júnior e Rogério Ribeiro Damasceno e fixou medida cautelar contra José Adilson Ferreira, dono do Supermercado Bom Preço em Padre Bernardo, suspendendo-o do exercício de suas atividades econômicas, em especial a venda de qualquer carne de origem suína, bovina e de aves, com exceção das industrializadas. Cleyton, Rogério Ribeiro e José Adilson foram denunciados criminalmente pela promotora de Justiça Ariane Patrícia Gonçalves, juntamente com Júlio Kleber Francisco Cardoso e Nativo Lucas Lacerda Júnior por crimes diversos, como o furto de gado, alteração de marca de animais e crimes contra o consumidor, de acordo com a participação de cada um.
Conforme a denúncia, em outubro de 2011, Rogério Ribeiro, com ajuda de Júlio e Nativo, furtou 68 reses de uma fazenda no distrito de Trajanópolis, em Padre Bernardo, a mando de Cleyton Júnior. Em seguida, também na zona rural de Padre Bernardo, Cleyton e Rogério alteraram a marca que indicava a propriedade dos animais furtados. Essa fazenda foi alugada por Cleyton por um mês para abrigar as reses. Ainda em outubro daquele ano, Cleyton dissimulou a origem dos bens provenientes do furto qualificado, por meio da venda de 17 bois a terceiro.
Apurou-se ainda que Rogério, que trabalhava na fazenda furtada, e Cleyton acertaram que iriam agir com auxílio do caseiro da fazenda vizinha, Júlio Kleber, que teria a responsabilidade fornecer o embarcador existente no seu local de trabalho para o transporte do gado furtado. Com ajuda de Nativo, Júlio Kleber teria a função de transportar o gado para outra fazenda zona rural de Padre Bernardo, onde foi feita a alteração das marcas.
Consta da denúncia que José Adilson, dono do Bom Preço, tinha em depósito, em novembro de 2011, dois bois provenientes de abate clandestino, em condições impróprias para consumo e que eram do mesmo rebanho furtado em Trajanópolis.
A promotora destacou que as subtrações do gado na fazenda de Trajanópolis aconteceram por quatro vezes, com 17 reses transportadas por vez, todas por meio do veículo do pai de Nativo, que nunca exigiu a apresentação das guias de transporte animal por parte de Cleyton, filho de José Adilson.
As denúncias
A promotora de Justiça denunciou, portanto, Rogério Ribeiro Damasceno e Cleyton Júnior Ferreira, Júlio Kleber Francisco Cardoso e Nativo Lucas Lacerda Júnior por furto qualificado, por quatro vezes. Cleyton e Rogério também responderão pela supressão ou alteração de marca em animais, cuja pena é de detenção de seis meses a três anos e multa. Já José Adilson Ferreira foi denunciado por lavagem ou ocultação de bens provenientes de infração penal ou dissimulação da sua natureza ou origem, por ter vendido ou exposto à venda mercadoria em condições impróprias ao consumo e em desacordo com o Código de Defesa do Consumidor, por ter ferido normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação.