A Polícia Civil abriu 26 novos inquéritos para apurar fraudes no seguro DPVAT, em Goiânia. De acordo com a delegada do 23º DP, Érica Botrel, responsável pelos casos, o crime vem se tornando cada vez mais comum na capital e Região Metropolitana. Em alguns casos, os suspeitos simulam até mesmo acidentes automobilísticos para conseguir resgatar o benefício.
A ação é continuação de outra operação, DPVAT Ilegal, realizada em outubro do ano passado. Na ocasião, foram cumpridos mandados de prisão temporária, condução coercitiva e busca e apreensão. As diligências propiciaram a conclusão de 37 inquéritos policiais com o 87 indiciamentos. Soltos, os mesmos autores continuaram aplicando os golpes.
Segundo a delegada, os fraudadores falsificavam documentos médicos com despesas fictícias, exames e até prontuários médicos destinados a agravar, de forma artificial, a situação de um paciente, possibilitando a ele receber a indenização por invalidez. Entre os documentos apreendidos, há o recibo de um médico que nunca atendeu em Goiânia e o endereço de uma clínica que não tem relação com fisioterapia.
Vários médicos e fisioterapeutas foram vítimas do uso indevido de seus nomes para documentação de despesas fictícias. Entre os investigados pelas práticas de fraudes estão advogados, fisioterapeutas, funcionários públicos e beneficiários do sistema. A abordagem era feita de duas formas: com pessoas na porta dos hospitais coagindo pacientes ou por funcionários de unidades de saúde que passavam dados dos pacientes para membros da quadrilha.
De acordo com a delegada, algumas vítimas assinavam uma procuração e o estelionatário preenchia os dados, recebendo posteriormente a informação de quando o dinheiro estaria na conta. Eles iam ao banco e o golpista ficava com metade do dinheiro. Érica Botrel reforça que não é necessário um intermediador ou advogado para dar entrada no seguro.