Wesley Batista foi afastado do cargo de diretor do Departamento de Alimentação Educacional após denúncias e agora assume a chefia de gabinete do Imas
O Ministério Público Federal será oficialmente informado sobre a nomeação do servidor Wesley Batista para a chefia de gabinete do Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores (Imas). O vereador Elias Vaz (PSB) vai notificar o órgão sobre investigação sigilosa da Polícia Federal sobre na compra e repasse da merenda escolar em Goiânia.
Esta não é a primeira nomeação do prefeito Iris Rezende (PMDB) que gera polêmica. Ainda na última quarta-feira (18/1), foi publicado no Diário Oficial do Município a nomeação do ex-secretário de Saúde de Goiânia, Fernando Machado para a superintendência de Regulação. Machado é investigado pelo Ministério Público estadual no âmbito da “SOS Samu”.
Wesley Batista ocupou o cargo de diretor do Departamento de Alimentação Educacional (DALE) entre março de 2014 e junho de 2015, foi afastado do cargo pelo então prefeito Paulo Garcia (PT). Em julho do ano passado, o servidor recebeu suspensão de três meses por decisão de uma comissão instituída pela prefeitura para apurar as denúncias.
Em 2015, Elias Vaz protocolou denúncia após constatar que a prefeitura gastou mais de R$3 milhões com itens que nunca chegaram às escolas e Cmeis, como biscoito de polvilho e bolo de baunilha, e um rombo de 64 mil quilos de carne bovina. Enquanto isso, faltavam alimentos para os alunos.
No documento, a Controladoria Geral do Município afirma que o servidor “deixou que ocorressem irregularidades, vez que chegou a atestar notas fiscais sem qualquer controle documental, inclusive sem data, deixou de acompanhar o processo de aquisição de gêneros alimentícios, deu causa aos descontroles relativos à prestação de contas da Merenda Escolar, faltou com a devida verificação das guias de remessa, das notas fiscais e respectivas ordens de pagamento dos gêneros alimentícios, assinando documentos emitidos contendo inconsistências de dados, deixando de realizar rigoroso controle das quantidades de alimentos devolvidos ou substituídos pelas Instituições Educacionais”.
A prefeitura concluiu que Wesley Batista “valeu-se de seu cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública, já que recebia gratificação por exercer uma função de confiança e não desempenhava suas atribuições de forma eficiente”. Além dele, foram punidos mais quatro funcionários municipais.
Em todos os casos, a Controladoria do Município informa que caberia a penalidade de demissão, mas foram analisados os antecedentes dos servidores e por isso a punição foi amenizada. “Alguns meses após a divulgação da punição, o prefeito agora resolve premiar um funcionário envolvido em irregularidade e não uma irregularidade qualquer, um funcionário que tirava comida de criança”, aponta Elias Vaz.