Treze pessoas são denunciadas por suspeita de vender ouro extraído ilegalmente de garimpos na Amazônia e exportado para a Itália

Só em 2019, criminosos teriam vendido mais de 1,5 toneladas de ouro usurpado da União, valor superior a R$ 440 milhões. Segundo MPF, esquema era feito por meio de empresas de Goiânia

Foto: Divulgação/Polícia Federal

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou treze pessoas envolvidas na comercialização de ouro extraído ilegalmente de garimpos na Amazônia e exportado para a Itália. A investigação apurou que, só em 2019, os criminosos venderam mais de 1,5 toneladas de ouro usurpado da União, valor superior a R$ 440 milhões.

Até a última atualização desta reportagem, o g1 não havia localizado as defesas dos denunciados para que se posicionem.

O esquema foi descoberto após a prisão de dois funcionários de uma empresa localizada em Goiânia, em junho de 2019. Eles foram flagrados no aeroporto da capital transportando mais de 110 quilos de ouro com notas fiscais falsas, escondidos em compartimento abaixo dos bancos de uma aeronave, que também foi apreendida (veja montagem abaixo).

Após a apreensão deste ouro em 2019, a investigação da Polícia Federal indiciou 15 pessoas por extrair, transportar e comercializar de forma ilegal ouro . O indiciamento só aconteceu em março deste ano.

A denúncia foi feita pelo MPF, na última quinta-feira (9). Segundo o documento, dentre os integrantes da organização criminosa, estavam dois italianos donos de uma empresa com sede em Goiânia.

Eles foram denunciados pelos crimes de organização criminosa, receptação qualificada, extração/transporte/comercialização de ouro sem título minerário e sem licenciamento ambiental, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Como funcionava o esquema

Segundo o Ministério Público Federal em Goiás, o grupo comprava, por meio de uma empresa localizada em Goiânia, ouro ilícito de garimpos ilegais no sul do Pará e no norte do Mato Grosso.

Para tentar esconder a origem ilegal do ouro, eles indicavam que a extração teria em uma área regular de uma empresa localizada em Colniza, no Mato Grosso. Apesar disso, a investigação apurou que essa informação é falsa, pois peritos confirmaram que lavra indicada estava inativa.

Depois que o ouro era adquirido, ele era revendido para uma empresa de dois italianos, com endereço de Goiânia. Segundo a investigação, os italianos exportavam o ouro para a Itália, como se o material fosse lícito.

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