NIQUELÂNDIA – Advogado compra vaca e porco para ajudar a pôr fim a partilha de bens durante audiência de divórcio litigioso de cliente.

O advogado Nilson Ribeiro Spíndola advogou de graça para o cliente, que é lavrador na cidade

Conforme explica o advogado Nilson Ribeiro Spíndola, o seu cliente, que é lavrador e mora na zona rural de Niquelândia,  município distante 277 quilômetros de Goiânia, o procurou porque não tinha condições financeiras para contratar os serviços de um profissional. “Comovido com sua história, acabei patrocinando a sua causa sem qualquer cobrança de honorários”, ressalta o causídico, lembrando que, diante do acordo firmado, o lavrador ia quase todos os dias ao seu escritório para “resolver logo o divórcio, com partilha de bens, para seguir sua vida”.

Os bens a serem partilhados entre o casal, segundo Spíndola, eram apenas duas vacas, dois porcos, 15 galinhas, um saco de farinha, uma antena parabólica, um triturador, 50 pés de guariroba e um cachorro. Apesar dos poucos bens, o caso foi levado à Justiça num divórcio litigioso. Apesar das várias tentativas de acordo, o caso teve mesmo de ser apreciado por um juiz. E para tentar finalizar o divórcio, o processo foi incluído nesta edição do Justiça Ativa.  Segundo o advogado, no decorrer da audiência, realizada na terça-feira (14), o homem propôs comprar parte que cabia dos bens a sua ex-companheira, avaliada em R$ 6 mil. O pagamento seria dividido em 30 parcelas de R$ 200. No entanto, com a proposta, ainda restavam uma vaca, um porco e 15 galinhas para fechar o acordo.

Por quase duas horas, o casal permaneceu em frente ao juiz tentando a conciliação. A mulher não aceitava ficar com a vaca e o porco porque estava morando na cidade e não tinha onde colocá-los. Quanto às 15 galinhas, aceitou o acordo pois já tinha um puleiro em seu quintal. Diante desse impasse, o juiz sugeriu ao advogado que comprasse os dois animais, o que foi aceito por ele.

“Para pôr fim ao processo e  me ver livre da visita diária de meu cliente, acabei concordando com o magistrado, desembolsando o valor de R$ 1.350 a ser depositado em conta poupança em favor da mulher”, salientou o advogado. Após a conciliação, o casal saiu satisfeito da audiência, mas nem de longe a mulher quis um abraço do marido, conta o advogado em tom de brincadeira. Os foram casados por aproximadamente 21 anos e tiveram duas filhas. Fonte: TJGO

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